No último mês, completamos um ano da maior crise sanitária de nossa geração, que além de tirar vidas tem feito setores da economia repensarem sua existência. Nossos hospitais estão em colapso e temos um novo fechamento dos serviços não essenciais. Mas há uma “luz” que surge: a imunização por meio das vacinas. Em termos de avanços tecnológicos, alguns futuristas dizem que avançamos 10 anos em apenas 1 ano e as vacinas produzidas em tempo recorde é um exemplo disso. Entretanto, temos inúmeros outros gargalos que essa pandemia nos apresenta. Uma coisa é produzir as vacinas, outra coisa é a logística de distribuição e é aí que entram soluções tecnológicas que podem ajudar.
A Drakkar Agricultura de Precisão, empresa santa-mariense especializada na geração de mapas de fertilidade, ciente da gravidade da situação, buscou, dentro de suas habilidades, formas de ajudar neste momento tão difícil para a humanidade. Assim, procurou a Secretaria de Saúde da Prefeitura de Santa Maria e se dispôs a ajudar. “A missão que nos foi dada era melhorar o processo de vacinação dos acamados acima de 60 anos de idade, pessoas que não podiam ir até os locais de vacinação”, relata o presidente da Drakkar Dr. Alan Acosta. Ao total, Santa Maria registrou mais 1200 pessoas nesta situação e havia uma dificuldade das equipes de vacinação localizar geograficamente essas pessoas e fazer uma rota otimizada e, assim, ganhar tempo para fazer mais vacinações. Dessa forma, a Drakkar juntou-se a uma força-tarefa de voluntários que ajudam de várias formas nesse processo e, usando suas habilidades de gestão de dados e georreferência para criar mapas da localização, dividiu em lotes próximos de 10 acamados e, através de um aplicativo de planejamento de rotas, a “mágica” foi realizada. A mesma equipe que conseguia vacinar 10 pessoas, agora poderia alcançar até 30 acamados em um dia. “São dias preciosos quando se trata de uma corrida contra um vírus de disseminação tão agressiva”, acrescenta Acosta.
“Esta é apenas uma das várias soluções que as novas tecnologias do Agro 4.0 e da Agricultura de Precisão trazem e que podem ser “espelhadas” para a rotina médica. A mais comum delas é que amostras de solo são como amostras de sangue. Ninguém toma remédios sem fazer um exame e ter um diagnóstico. Da mesma forma, nenhum produtor rural deveria aplicar adubos ou calcário sem fazer o exame de sua terra. Esse exame pode ser apenas um amostra de solo semelhante ao exame de sangue, mas também poderia ser um raio X do pulmão, semelhante a um mapa detalhado dos níveis de fósforo de uma lavoura ou, podemos ir mais longe ainda, fazer uma tomografia computadorizada, que se assemelha a um mapa de colheita de grãos possível de ser feito com sensores de produtividade instalados. Todas essas tecnologias do Agro ou da Saúde, são de uma forma ou de outra utilizadas para salvar vidas, seja através de tratamentos médicos ou por meio da produção de alimentos”, finaliza Acosta