
Desde 2010, realizo viagens internacionais em busca de novos conhecimentos e informações que possam ampliar a eficiência técnica da Drakkar. A Califórnia, o meio-oeste americano e a China já foram destinos importantes nessa jornada de aprendizado.
Neste ano, tivemos a oportunidade de conhecer o extremo norte dos Estados Unidos, iniciando nossa rota pelo Minnesota, passando pela Dakota do Sul e chegando à Dakota do Norte, estado que faz divisa com o Canadá. É uma região das pradarias, terra dos folclóricos bisontes americanos.
A área se caracteriza por um clima rigoroso, com invernos que podem atingir -40°C, baixa densidade populacional e uma economia essencialmente agrícola. O relevo é levemente ondulado, com solos escuros, mal drenados e ricos em matéria orgânica, classificados, na moderna taxonomia, como Molisolos (os antigos Chernozems).
Nossa viagem técnica e agronômica teve como objetivo conhecer modelos de negócios ligados à tecnologia e à Agricultura de Precisão. Visitamos startups, universidades, cooperativas e produtores rurais.
Nas universidades, observamos uma forte presença de professores brasileiros, liderando grupos de pesquisa em diversas áreas, o que facilitou a troca de informações e a comparação com a realidade agrícola do Brasil.
Entre os desafios locais, o clima extremo se destaca: no inverno, a neve pode ultrapassar 1 metro de espessura, e no verão o solo mal drenado e o curto período de fotoperíodo limitam o potencial produtivo da soja, cuja média regional gira em torno de 42 sc/ha.
Apesar disso, os solos naturalmente férteis demandam baixas adubações, e o uso de fungicidas é mínimo. Mesmo com esses diferenciais, os altos custos de terra, mão de obra e máquinas resultam em margens de rentabilidade semelhantes às brasileiras.
Um ponto que chama atenção é o seguro agrícola, que cobre 100% da receita média dos últimos cinco anos, desde que o produtor efetivamente tenha plantado a lavoura.
As médias de produtividade são de aproximadamente 155 sc/ha para o milho e 63 sc/ha para o trigo, cultura que já foi a principal da região, mas vem perdendo área ao longo dos anos.
Do ponto de vista tecnológico, há uso intensivo de ferramentas de Agricultura de Precisão, especialmente em virtude do tamanho médio das propriedades — acima de 1.000 hectares —, o que justifica o emprego de máquinas de grande porte e tecnologia embarcada de última geração.
Entre os diversos aprendizados dessa viagem, destacamos a apresentação do extensionista Rob Proulx, da NDSU (North Dakota State University), que compartilhou uma pesquisa sobre as dez tecnologias em Agricultura de Precisão mais investigadas atualmente na região:
- 31% – Serviços de Análise de Dados
- 22% – Satélite ou Imagens Aéreas
- 20% – Taxa Variável de Sementes
- 15% – Taxa Variável de Pesticidas
- 13% – Amostras Foliares em Pontos Georreferenciados
- 9% – Mapeamento da Condutividade Elétrica dos Solos
- 9% – Variação de Híbridos na Mesma Área
- 8% – Imagens com Drones
- 8% – Aplicações de Insumos com Drones
- 7% – Rede de Sensores nas Lavouras
Ficamos satisfeitos em constatar que, entre as cinco primeiras tecnologias listadas, quatro já estão sendo desenvolvidas pelo time de inovação da Drakkar, com o objetivo de entregar aos nossos clientes informações cada vez mais estratégicas e consistentes para a tomada de decisão agronômica eficiente.
Até a próxima viagem!







